sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Talvez só por hoje

Talvez só por hoje eu não queira mais saber de experiências antropológicas. Nem de ônibus ou de metrô. Muito menos de trabalhar.
Por hoje eu queria ganhar dinheiro sem sair de casa, emagrecer dormindo, ou ao menos perder cinco quilos com tabletes mastigáveis.
Pode ser que eu não queira mais me assustar com bonés, camisas do Grêmio ou chinelos de péssimo gosto. Nem mesmo lembrar de dentes brilhantes ou tatuagens cursivas do Senhor.
Por hoje eu não quero aparecer no Balanço Geral. 
Talvez só por hoje, mas eu quero julgar pela aparência, estereotipar e fugir, ou não. Não quero pernas bambas, dores de cabeça e coração acelerado.
Só por hoje eu queria me lixar para a desigualdade social, para o comodismo, para a má distribuição de renda ou simplesmente para índole controversa de seilá quem. Hoje eu só queria tomar uma casquinha do Mc Donald´s e observar o mundo passar.
Não quero mais saber de cultura, cultura popular ou popular. Eu quero e não quero.
Talvez só por hoje.
Talvez só por uma semana.
Talvez pra sempre, ou até Dezembro.
Talvez eu queira apenas passar a vida brincando até que passe, pelo menos, o susto ou a lembrança do ferrugem.

Até!

Obs.: Ok, sem dramas, tá passando.

2 comentários:

  1. Rê, vc devia escrever um livro. Escreve muito bem!! Adorei!

    Ps: vc resumiu tudo que eu sinto às vezes!

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